Artigo

Além do deserto: a concha e a multiplicidade na paisagem Pós-antropoceno

Ana Luiza Silva Freire

Marcos Bohmer Britto

2024


PIXO – Revista de Arquitetura, Cidade e Contemporaneidade, Pelotas-RS, 2024

ISSN 2526-7310

Há muito nosso modo de pensar esteve centrado na figura humana como principal agente das transformações da paisagem do planeta. Se apoiando na oposição dicotômica cultura e natureza, este pensamento se insere num contexto mais amplo: a era geológica nomeada de Antropoceno. A emergência climática consequente ao Antropoceno suscita previsões de que o planeta não suportará mais o modo de vida posto atualmente pelo Ocidente capitalista, o que recai sobre uma equivalência entre a extinção da vida humana e a extinção da vida, em geral, e das múltiplas existências na Terra. Como objeto de pensamento, este artigo utiliza-se de uma concha, encontrada durante um processo de pesquisa empírico, e tomada como artefato arqueológico. O debate conceitual segue o rastro desse caco do tempo presente, bem como se baseia na materialidade e nas histórias das paisagens onde a concha foi encontrada, e se fundamenta nas noções de Deserto, de Elisabeth Povinelli (2023), e Paisagens relacionais, de Anna Tsing (2019). Objetiva-se, dessa maneira, discutir ontologicamente possibilidades de paisagens pós-antropocêntricas complexas, para além da dualidade natureza/cultura.


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