Artigo

Fordlândia – ruína do futuro

Ana Luiza Freire e Igor Queiroz

2021


Anais do XVI SHCU, Salvador, 2021

Fundada em 1928 às margens do rio Tapajós, Fordlândia (PA) foi criada para abrigar uma plantação extensiva da seringueira Hevea brasiliensis e toda a infra-estrutura necessária ao processo de beneficiamento da seiva da planta, a fim de garantir a produção de borracha demandada pelas fábricas de automóveis Ford Motor Company. A cidade empresarial em plena selva amazônica foi, de acordo com as idealizações sociais de Henry Ford, também um projeto civilizatório: criada e gerenciada a partir de uma crença na técnica e na ciência como forma de manutenção de uma comunidade de homens produtivos e saudáveis. Fordlândia tem uma história paradigmática acerca do sonho de progresso moderno, a qual é narrada com base em ideais de conquista, exploração e modernização. Neste artigo, buscamos fazer emergir histórias à margem dessa narrativa oficial de construção, desenvolvimento e abandono da company town, a partir das histórias de revoltas e insubmissões dos operários e da própria Amazônia selvagem. Metodologicamente, utilizamos a montagem de fragmentos (documentos oficiais, discursos, filmes, fotografias e ilustrações), de modo a experimentar outras possibilidades de se pensar a própria escrita da história urbana. A partir do choque entre estes fragmentos, argumentamos que o futuro de Fordlândia é anunciado desde a sua fundação como uma ruína ou, pelo menos, como uma cidade – ou imagem dela – em pleno estágio de arruinamento.


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