Artigo

A relação criança-cidade na historiografia do urbanismo moderno

Igor Queiroz

2018

Anais do XV SHCU, Rio de Janeiro, 2018

A criança apresenta-se como um tema relevante na cidade e no urbanismo contemporâneo, sobretudo, como potência de aprendizado aos arquitetos urbanistas. Temática que, apesar do crescente número de trabalhos realizados nos últimos anos, ainda é pouco explorada no campo do urbanismo, onde a maioria das pesquisas e trabalhos desenvolvidos voltam-se principalmente para a questão projetual, sobretudo, na tentativa de inserir a criança em decisões de projetos ditos participativos. Historicamente, suas práticas de cidade podem ser entendidas como possibilidades críticas ao urbanismo funcionalista e, sobretudo, como potência criativa na produção de outras cidades possíveis, de outros modos de fazer urbanismo e de narrá-los. Propõe-se aqui traçar uma leitura sobre a construção do pensamento urbanístico moderno através da contradição entre diversos discursos, apontando emergências da história capazes de questionar o discurso hegemônico da ordem urbana, através da presença (ou ausência) da criança na cidade e desta como meio e fim nos projetos urbanos, a partir do surgimento da moderna noção de infância. No contra fluxo de uma historiografia linear, teleológica e positivista, torna-se preciso e possível contar/fazer emergir outras histórias do urbanismo que apontem outras possibilidades de produção crítica e política das cidades na contemporaneidade.


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