TFG
Corpo de prova: a análise de um processo como produção de cidade
Amine Portugal Barbuda
2012
O trabalho Final de Graduação – Corpo de prova: a análise de um processo como produção de cidade – dá continuidade a um processo de análise e produção de arquitetura e urbanismo que não considere apenas a avaliação de agentes hegemônicos e sua atuação no espaço urbano, bem como forças que se impõem dessa maneira enquanto produtoras de cidade. Um processo que se concentra na análise e produção de cidade a partir da experiência incorporada, da possibilidade de se inventar cidade sem que esta prática esteja condicionada a uma materialidade, mas que estas sejam mutuamente constituintes. A produção da cidade incomensurável, a do cotidiano de cada um; a cidade da fábula, dos contos do ordinário, do comum, do infame. A cidade que escapa às grandes estratégias e às movimentações financeiras mundiais num banco de uma praça, num jogo de dama, numa conversa de bar. A cidade que perverte o mercado financeiro internacional e as suas transações na transformação de tudo que é pátria em prateleira na rua. A cidade que é feita de arquitetura, de cascas, mas pode pensar também no que a constrói a partir dos sentidos, do que se conta e do que é ouvido; a partir dos atravessamentos das outras existências que conflitam com as nossas; dos agenciamentos do desejo. E isso já se faz cidade. A cidade que se deixa contaminar pela prática cotidiana do homem comum, e que tenha o seu espaço urbano transformado a partir dela. O entendimento de produção de cidade a partir do conflito das práticas cotidianas que coexistem no espaço público, construído pelo dia-a-dia compartilhado; espaço de todos e pertencente a nenhum, sujeito a atravessamentos diversos, onde os dissensos são a principais ferramentas para se construir um comum, muitas vezes dessemelhante.
Palavras-chave: Espaço público. Espetacularização. Cartografia. Praticante ordinário da cidade.
ORIENTADORA
Paola Berenstein Jacques