TFG
Cine-Teatro-Rua: possibilidades para o fim-de-linha do Uruguai
Ícaro Vilaça Nunesmaia Cerqueira
2011
Em Alagados (Salvador/BA), a qualidade dos espaços públicos transcende sua materialidade e está muito relacionada a uma ideia de calor, de troca, de presença. A construção dos lugares passa pelo corpo, pela memória e pelos afetos. A partir da subjetividade dos moradores, se constroem territorialidades vivas e transitórias que condicionam os percursos no bairro. Diante disso, na experiência realizada durante o Atelier 5, coordenado por Paola Berenstein Jacques e Eduardo Carvalho em Alagados, foi possível pensar num “urbanismo aqui e agora” a partir de uma atuação micropolítica capaz de desestabilizar os limites subjetivos que dificultam a permeabilidade e a possibilidade de troca no bairro. Essa perspectiva apontava para a possibilidade de construção de uma metodologia urbanística capaz de pensar a cidade a partir do campo, tendo como base a noção de experiência, a relação com o outro e o engajamento do corpo do arquiteto-urbanista no processo projetual. A partir dessa experiência, resolvi continuar trabalhando em Alagados, e imaginei que o Trabalho Final de Graduação seria uma oportunidade interessante para estruturar um processo de projeto que fosse um desdobramento daquela experiência. Mais especificamente, o trabalho tem como foco a reestruturação urbanística do Fim-de-linha do Uruguai e a reativação do Cine-teatro Alagados, a partir de um processo de troca com os moradores do bairro. Além de reforçar uma política de descentralização no acesso a áreas urbanas bem infra-estruturadas e equipamentos culturais, a reestruturação urbanística do Fim-de-linha do Uruguai poderia criar as condições de possibilidade necessárias para o reforço das relações de permeabilidade entre o miolo e a borda de Alagados, bem como entre o próprio bairro e a cidade de Salvador.
Palavras-chave: Urbanismo. Espaço público. Participação. Desejo.
ORIENTADORA
Paola Berenstein Jacques