Pós-Doutorado
Habitando valores universais – cotidiano, resistências e permanências nos sítios Patrimônio Cultural Mundial UNESCO
Eliana Rosa de Queiroz Barbosa
2021-2021
O projeto aborda o tema do ‘’habitar’’ os sítios urbanos classificados como patrimônio cultural mundial pela Unesco no mundo lusófono através de dois estudos de caso: o Cais do Valongo e sua envoltória no Rio de Janeiro, e o bairro Santo Antônio Além do Carmo em Salvador.
Partindo das noções de afeto e cultura material colonial, entendendo-as como deflagradoras da agência humana e da criatividade das práticas no espaço, pretende-se observar as dinâmicas sociais e culturais que apresentam interlocução com a materialidade. Pretende-se desvelar o nexo entre as diretrizes do patrimônio mundial, as políticas urbanas, a gestão do patrimônio e a dimensão do ‘’habitar’’ nos sítios classificados, revelando significados e significâncias desses espaços, abordando a noção de herança que permeia os estudos sobre patrimônio, que deve ser problematizada criticamente ao tratarmos de patrimônio colonial. Essa questão é particularmente relevante nos contextos que pretendo abordar, Rio de Janeiro e Salvador, cujos espaços urbanos coloniais são constantemente contestados e permeados por manifestações culturais afro-brasileiras, que invocam as noções de herança e ancestralidade africana.
A fim de alcançar esse objetivo, propõe-se aqui a construção de uma perspectiva crítica e de uma coleção cartografada do que aqui chamo de urbanidade afro-brasileira, articulando-a aos macroprocessos e aos discursos e práticas desenvolvimentistas e patrimonialistas – tendo aqui a chancela e a agenda UNESCO para sítios classificados como patrimônio mundial – e as micronarrativas que revelam como esses espaços são habitados, as questões relacionadas a noção de afeto encontradas no ato de habitar espaços sobre os quais se reivindicam ‘’valores universais’’.
Palavras-chave: Patrimônio Mundial. Habitar. Resistências. Cotidiano.
SUPERVISORA
Paola Berenstein Jacques
PERÍODO
2021-atual