Mestrado

Domingos: camadas políticas sobre a Avenida Paulista

Rafaela Lino Izeli

2019

Esta pesquisa propõe descrever as ações recentes sobre o espaço da Avenida Paulista através de três camadas: o Programa Ruas Abertas, a atuação dos coletivos ativistas e as manifestações. Procuramos investigar o que tem acontecido neste espaço; como isso tem feito parte da rua e atravessado as políticas públicas destinadas para tal; e quais sujeitos têm sido evidenciados nesse processo. Algumas noções principais perpassarão a pesquisa, nos ajudando a compreender este espaço da rua que está para além da sua materialidade construtiva, mas atravessado por relações sociais. Primeiro, o conceito de “estado de rua” (SCHVARSBERG, 2011), nos mostrando um uso da rua que é instável, repleto de dinâmicas próprias que configuram, a todo instante, modos outros de “fazer cidade” (AGIER, 2011), tensionando o planejado e o programado. Segundo, a noção de “ocupação” que, buscando por visibilidade através de uma estabilidade momentânea, operaria em um “agir político” pelo “direito de ali estar” (AGIER, 2015), reforçando as disputas, os dissensos e os desentendimentos inerentes ao espaço da rua. Por fim, a noção de “política” em distintas escalas, que se apresenta “da rua”, “para rua” e “na rua”, contribuindo para percebermos uma ação política em uma escala micro, do banal e do ordinário; em uma escala macro, em que a tentativa de consensualização buscaria o apagamento deste ordinário; e em uma escala, talvez, ainda mais exacerbada, em que a efervescência das grandes manifestações alcance um abalo político de proporções gigantescas.


Palavras-chave: Paulista Aberta. Programa Ruas Abertas. Coletivos ativistas. Ocupação. Política.


ORIENTADORA

Paola Berenstein Jacques


COORIENTADORA

Thaís Troncon Rosa


DISSERTAÇÃO

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