Mestrado
Entre portais do espetáculo e portas do cotidiano sobre as águas do Guamá: cartografando processos construtivos de subjetivação no Jurunas, Belém–PA
Flávia de Sousa Araújo
2008
“A cidade é o antigo sonho humano do labirinto”; estas palavras de Walter Benjamin se atualizam ainda hoje nas complexidades e nos desdobramentos inerentes à urbe: a construção de seus territórios, não só geográficos, mas aqueles imensuráveis, existenciais, que se produzem, se desfazem, se sobrepõem, se recriam e se reproduzem entre boulevares, estivas, arranha-céus, shopping-centers, palafitas e mercados de peixe… Dinâmicas que conectam e emaranham todos os territórios ao mesmo tempo, evidenciando uma cidade que não pára e nem mesmo é uma só, e sim uma tessitura construída labirinticamente a partir dos cotidianos, das histórias de cada habitante; é o resultado de constantes e inúmeras colagens de fluxos, devires, desejos… Macro e micro-políticas que compõem o caleidoscópico panorama do homem-urbano. Diante desta constatação e enquanto partícipes da urbe, faz-se necessário exercitar alternativas outras de compreensão de suas dinâmicas territoriais, neste sentido, o presente trabalho busca contribuir com novos olhares direcionados aos processos construtivos de subjetivação e de subjetividades que impulsionam os ritmos e as polifonias inerentes a cidade. Para tal exercício, assumimos primordialmente as potencialidades fornecidas pelas obras de Gilles Deleuze e Félix Guattari incididas na apreensão das subjetividades que produzem e que são produzidas em Belém do Pará, seja por meio do corpo vibrátil – criando cartografias entre as baixadas do Jurunas –, seja pela análise de discursos hegemônicos articulados às obras do Projeto Portal da Amazônia.
Palavras-chave: Processos de subjetivação. Portal da Amazônia. Baixadas.
ORIENTADORA
Paola Berenstein Jacques