Doutorado
Rua Chile: estilhaços de uma via movimento
Janaina Chavier Silva
2023
Qual é a escrita da cidade que se faz coerente às suas múltiplas temporalidades, suas múltiplas espacialidades, sua diversidade? Qual é a escrita da cidade que se faz coerente à sua espacialidade fragmentada e dispersa, suas diferentes tramas?
Na busca por compreender e escrever um espaço, uma rua em transformação, onde tratores, picaretas e pás reviram seu solo, deixando emergir pedaços, estilhaços diversos, optamos por olhar para a materialidade que compõe a Chile – seus prédios, suas pedras, seus tijolos – de uma outra maneira. Um dos desafios que essa rua nos coloca, dentre outros tantos, é o de pensar a matéria diante de um mundo globalizado e dominado por produções imateriais de valor, como o capital financeiro, que opera sobre a materialidade do mundo, como se essa fosse apenas um produto a ser consumido e descartado. Lidar com a vitalidade da matéria no espaço, e aqui focamos em uma rua do Centro Histórico de uma das cidades mais turísticas do Brasil, é, também, uma busca por entender o papel da materialidade em um mundo cada vez mais impalpável, convertido em imagens prontas para serem consumidas o mais rápido possível.
O movimento constante de olhar para a rua e por ela ser olhada foi e ainda continua sendo o de recolher e colecionar caquinhos, estilhaços, fragmentos e junta-los em momentâneas configurações. Configurações essas, abertas a quem se dispõe a jogar a brincadeira, a brincar o jogo. A história da Rua Chile, não é uma só e pode a qualquer momento ser contada sob outra ou outras perspectivas geradoras de novas e/ou possíveis outras Ruas Chiles.
Palavras-chave: Estilhaço. Fragmento. Brincadeira. Materialidade. Narração. História. Rua.
ORIENTADORA
Paola Berenstein Jacques
PERÍODO
2015-2023